quinta-feira, 28 de abril de 2011

Monaci recebe apoio de Christiane Yared e do Instituto Paz no Trânsito fundado por ela

Alberto e Aristéia Rau, fundadores do Monaci - Movimento Nacional das Crianças "Inadotáveis", foram convidados a participar dos encontros promovidos por Christiane (ao centro da foto), quando o movimento ganhou mais apoios.
A empresária Christiane Yared, fundou o Instituto Paz no Trânsito após a perda de seu filho Gilmar Rafael Yared, em acidente causado pelo ex deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, quando dirigia embriagado e com a habilitação cassada. Ela continua sua luta pela paz no trânsito, assim como para dar apoio às famílias que como ela, perderam seu filhos, de maneira desnecessária e injusta.
Todas as terças-feiras, às 20h, na Igreja do Evangelho Eterno (Igreja do Balão), Christiane Yared se reúne com familiares de vítimas das diversas maneiras de impunidade. Lá essas famílias relatam o andamento de seu processos na justiça e em clima de oração, buscam umas nas outras, forças para superar a dor.
"Estamos lutando por filhos vivos que foram arrancados de nossos braços", disse Aristéia, referindo-se às filhas adotivas de 4, 8 e 10 anos, que a família tanto sonha tê-las, sendo que após conviverem por quatro meses com as crianças, a juíza da 2ª Vara da Infância e da Adolescência de Curitiba, determinou o rompimento da convivência, sem nunca tê-los recebido ou notificado sobre o motivo. "O único motivo palpável é decorrente da inação da própria justiça, que deixou essas crianças ficarem no abrigo por todos esses anos, sem dar andamento ao processo de destituição familiar. Assim quando surgem pais interessados em adotá-las, se defrontam com essa inoperância e no nosso caso, as autoridades se indispuseram pela nossa insistência em querer que a situação das nossas filhas, que são portadoras de HIV, seja resolvida com urgência, conforme determina a Constituição Federal", disse Aristéia.
Para Christiane, o relato do casal é mais um dos absurdos da justiça do Paraná. "Não é possível aceitarmos calados depoimentos como este. Vamos lutar juntos, pois no caso dessa mãe e desse pai é uma luta possível, a de ter suas filhas de volta", enfatiza. Os representantes do Monaci, foram convidados a integrarem-se ao movimento liderado por Christiane, durante mobilização que ocorrerá na Boca Maldita, no centro de Curitiba, no próximo dia 07, véspera do Dia das mães. Da mesma forma, membros do Instituto Paz no Trânsito, Christiane e o grupo de pessoas que freqüentam suas reuniões, vão participar da Audiência Pública que será realizada pelo Monaci e pela  Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Paraná, presidida pelo Deputado Tadeu Veneri, no dia 09 de maio, das 09h às 12h. A audiência será no Plenarinho e deve contar também com a presença da senadora Gleisi Hoffmann, do Deputado Federal Doutor Rosinha, Vereador Pedro Paulo Costa, das autoridades do Judiciário (Varas da Criança e do Adolescente e Ministério Público), assim como de representantes da sociedade, como Conselheiros tutelares, alunos de algumas escolas públicas de Curitiba, do Instituto Iddeha, Associação Fênix, órgãos ligados à saúde e demais entidades ligadas aos direitos humanos e sociais que tratam diretamente a situação da criança abrigada, em especial as portadoras de HIV.  

sábado, 16 de abril de 2011

Senadora Gleisi recebe membros do Monaci e encaminha audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado

Da esquerda para a direita: Dr. Mário Ferrari(Simepar), Alberto
e AristéiaRau (Monaci), Senadora Gleisi, Carboni (assessor Gleisi)
Neto (Gab. Pedro Paulo) e Sandra (Fênix)
Durante reunião neste sábado (16), com representantes do Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (Monaci), a Senadora Gleisi Hoffemann recebeu documentos e histórico que originaram a mobilização do Monaci, em defesa da aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Aplicação esta, especialmente para crianças abrigadas e portadoras de HIV.

A Senadora assumiu o compromisso de encaminhar o assunto para audiência pública na Comissão dos Direitos Humanos do Senado Federal, a qual deverá contar com entidades que atuam em prol da Criança e do Adolescente, de todo o Brasil.

O pedido da referida audiência deve ser protocolado na próxima terça-feira. Na sequência, a Senadora Gleisi fará contato com entidades e representantes do Monaci, e com o Poder Judiciário, do Paraná e outros Estados, para que a situação dos processos de adoção sejam discutidos.

Ainda na sexta-feira (15), o Monaci foi recebido pelo Deputado Federal Dr. Rosinha, que também vai integrar-se aos encaminhamentos propostos pela Senadora, além de demontrar interesse em se aprofundar no tema que atinge aspectos fundamentais do princípio da dignidade humana.

Já em âmbito estadual, o Deputado Tadeu Veneri, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Paraná (AL), realizará audiência Pública, no Plenárinho da AL, no dia 09 de maio, das 09h às 12h.

Na Câmara Municipal de Curitiba, o Vereador Pedro Paulo Costa, também encaminha uma audiência pública, em data a ser definida.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ RECONHECE O DESCUMPRIMENTO DOS PRAZOS LEGAIS PARA ADOÇÃO E SUGERE MOBILIZAÇÃO DA SOCIEDADE

Acesse os links abaixo e veja a reportagem exibida no dia 09/04/2011 no programa Globo Comunidade da RPC TV.
Fique atendo aos assuntos que preocupam a comunidade (divulgação)

Parte 1

Parte 2 

Parte 3

Acesse também: www.cartacapital.com.br/sociedade/as-criancas-que-ninguem-quer e comente.

Depoimento do casal Alberto/Aristéia Moraes Rau



 Imagens: Vanderlei Moreno, Edição: Ézio Ribeirette

CRIANÇAS PORTADORAS DE HIV NÃO SÃO COLOCADAS PARA ADOÇÃO

Pelo menos três famílias de Curitiba estão na luta para conseguir a guarda provisória de crianças abrigadas além do prazo determinado por lei. A justiça alega que os prazos processuais deles estão sendo cumpridos. No entanto, o prazo das crianças, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), está mais que extrapolado. Ocorre que os meninos e meninas encaminhados aos abrigos por diversos motivos de ordem social da família, não estão tendo seus direitos assegurados, uma vez que a destituição do poder familiar não é feita, impedindo que essas crianças sejam colocadas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

O casal Aristéia e Alberto Rau, fundadores do Movimento Nacional das Crianças "Inadotáveis" - Monaci, aguardam por três crianças de 3,5, 7 e 9 anos, ambas portadoras de HIV, desde agosto de 2009. Segundo o ECA, estas crianças teriam atenção especial e celeridade nos processos de adoção, mas não é o que ocorre. Já o casal Gabriela e Samuel Miranda, aguardam desde 2009 por uma menina de sete anos, também portadora de HIV e não obtém a guarda, nem são recebidos pela juíza da II Vara da Infância e Adolescência de Curitiba. Mais recentemente, outro Casal, Andreia e Estevão Prestes, somaram-se ao Monaci, relatando estranhos acontecimentos durante o curso de uma desgastante tentativa de adoção (entre eles a desabilitação e, em seguida, a reabilitação), que já se arrasta por dois anos e sequer, conseguem ver avanços na destituição familiar da criança, o que ainda não aconteceu.

Essa realidade é mais evidente ainda, quanto se trata de crianças portadoras de HIV, que são segregadas da convivência social e quando aparecem interessados em adotá-las, a parte legal da criança está totalmente por fazer, o que leva muito tempo, resultando muitas vezes na desistência dos interessados, por desanimarem-se com tanta demora nos tramites processuais.

Assista a reportagem exibida no SBT:

terça-feira, 12 de abril de 2011

As crianças que ninguém quer

Esse é o título de um texto que tem circulado, discretamente, pelo grandioso mundo virtual da internet. Aborda um daqueles temas incômodos e constrangedores que a sociedade adoraria ignorar mas que, pela sua extrema relevância, é obrigada a enfrentar: as crianças abandonadas; mais especificamente, as portadores do vírus HIV, uma legião de 19,3 mil meninos e meninas que pouca gente se dispõe a acolher em suas casas.
O caso é tão sério que resultou na criação do Monaci (Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis), um grupo de voluntários que têm se dedicado à heróica tarefa de fazer as pessoas entenderem que estes pequenos brasileiros merecem a chance de ter um lar. Acredite, caro leitor: não há nenhum excesso no adjetivo porque um odioso e velado preconceito atua contra estes pequenos cidadãos.

Resulta da costumeira desinformação – quando não da pura maldade – com a qual instrumentalizamos nossos julgamentos sobre as coisas e as pessoas que não conhecemos direito. No caso, crianças que, a despeito do fato de serem soropositivos, podem levar suas vidas normalmente.

Pior é que o problema não é exclusivo delas. Outra multidão de menores amarga uma dura luta contra o tempo à espera de uma família que nunca vem. Mais precisamente, as 8.598 crianças e adolescentes que já passaram pelo Cadastro Nacional de Adoção mas que, por conta da burocracia, legalismo e insensibilidade de parte do Judiciário, ainda prosseguem na sua busca. Agora, o detalhe mais doloroso desta história sem final feliz: do número acima, nada menos que 3.784 crianças (44%) deixaram o CNA porque chegaram à maioridade. Ou seja: foram privados de uma família na infância por força de uma desastrosa conjuntura histórica.

Ainda a este propósito, reportagem publicada pelo jornal Gazeta do Povo, do Paraná, denuncia que o CNA ainda está distante do objetivo que inspirou sua origem, em 2008 – maior rapidez no processo de adoção dos menores que vivem nos abrigos. Nestes três anos, o Cadastro Nacional de Adoção funcionou para apenas 425 crianças, quando a nova lei que trata do tema define que o uso de cadastros de adoção é obrigatório.

Vergonhosamente, o Paraná é um dos Estados nos quais há maior resistência à utilização do CNA. O motivo é o equivocado entendimento de certos juízes de preferir que crianças paranaenses sejam adotadas por pais paranaenses. Na “cidade-modelo” do Brasil, das quase mil crianças que vivem em abrigos, apenas 16 integram o CNA. Em parte, isto explica porque, em Curitiba, as adoções caíram de 160 em 2009 para 123 no ano passado – números que o Monaci, aliás, questiona.

Os números falam mais alto. E nos convidam a refletir sobre a postura da sociedade diante dos portadores do vírus HIV, bem como sobre o compromisso de certos setores do Judiciário com o bem-estar destes frágeis seres humanos – soropositivos ou não, brancos ou negros, meninos ou meninas. Crianças, em uma palavra. Mas que, a julgar pela cegueira de muitos de toga e da ignorância de centenas de milhares de brasileiros, transmitem a falsa impressão de que ninguém quer. Triste que seja assim.

Publicado na Revista Carta Capita em 12 de abril de 2011, vide link: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/as-criancas-que-ninguem-quer
Por Aurélio Munhoz
Aurélio Munhoz no Twitter: http://twitter.com/aureliomunhoz


Aurélio Munhoz
Aurélio Munhoz é jornalista, sociólogo, consultor em Comunicação e presidente da oscip Pense Bicho. Pós-graduado em Sociologia Política e em Gestão da Comunicação, foi repórter, editor e colunista na imprensa do Paraná. Endereço no Twitter: http://twitter.com/aureliomunhoz.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cadastro nacional ainda não agilizou adoções


Desde 2008, só 425 crianças ganharam uma família por meio da ferramenta, média de uma a cada três dias. Muitos juízes não alimentam o banco de dados

Desde a criação do Cadastro Na­­cional de Adoção (CNA), em abril de 2008, apenas 425 crianças em todo o país ganharam uma família por meio do sistema. O nú­­mero, que corresponde, em média, a uma adoção a cada três dias, mostra que o cadastro ainda não cumpriu a promessa de agilizar adoções no país. O valor não representa o total de novas famílias porque a ferramenta ainda não é utilizada plenamente pelos juízes – o que deveria ser obrigatório – e ainda ocorrem procedimentos fora do CNA. Além disso, 44% das crianças inscritas desde 2008 deixaram o cadastro sem conseguir uma família. 

CARTA DE APOIO DA MÉDICA PEDIATRA DRA. MARIA CRISTINA DE SOUZA NÉTO E DO JORNALISTA JOSÉ RIBEIRO ROCHA

CARTA I

Olá!!!!
Estive lendo o blog de vcs e quero me colocar a disposição para qualquer ajuda que  possam precisar.
Sou médica pediatra do HIJG na cidade de Florianópolis e nosso hospital tem vinculo com um lar que recebe muitas crianças soropositivas.
Quase diariamente atendemos crianças com pais que dentre os múltiplos problemas sociais e de saude ainda são soropositivos e perderam, por falta de cuidados ou mesmo de estrutura familiar, seus filhos para o estado.
É muito triste ver quando aquela escadinha entra no consultório (irmãos de 3, 5, 6, 10 e 12 anos, todos da mesma familia ), abandonados, assustados, com medo de serem separados, sem entender o que é a sua doença e acreditando que são diferentes e até mesmo piores que os outros.
Depois, chega a adolescência e sem uma estrutura familiar, pois, apesar do esforço dos voluntários, os lares não são os melhores lugares para nenhum adolescente, eles param de tomar as medicações, ficam doentes e chegam até ao estágio terminal por falta de cuidados consigo mesmos.
Vocês não podem imaginar o que é ver uma criança de 13/14 anos, preso há um leito, delirando, desnutrido, com febre pesistente há varios dias, com os braços todos machucados devido aos acessos venosos para fazer os antibióticos, tendo sua diurese e evacuação em fralda, com escaras de pressão pelo corpo, acompanhadas por um estranho que, alguns vezes, pelo cansaço de horas de plantão, nao tem a menor paciência.
É uma situação muito triste que, acredito eu, possa ser evitada e abrandada com a oportunidade de ter uma familia bem estruturada e um suporte de carinho e amor.
Tenho apenas 30 anos, faço 3 a 4 plantoes por semana. Infelizmente não poderia, no momento, adotar qualquer criança, mas admiro e espero que através desse site vocês consigam mobilizar a sociedade para que essas crianças possam ser adotadas e amadas como elas merecem!
Acredito que se cada um fizer a sua parte podemos mudar o mundo!!!! Logo, se precisarem de ajuda, estarei a disposição para tentar fazer a minha parte!!!!!
Maria Cristina de Souza Néto
Medica Pediatra de Florianópolis

Carta II

Olá, Profissionais do Monaci!
 

Sou jornalista com passagem pelas seguintes empresas: Editora Abril; Revista Imprensa, TV Cultura Fundação de Apoio a Faculdade de Educação/USP como assistente técnico pedagógico e de comunicação; passagem pela TV Cultura também. Por meio de uma amiga, conheci o projeto de vocês e na leitura de  uma das cartas, mais uma vez na vida, me vi num dos muitos sistemas de abrigo para menores carantes e ou em qualquer situação de risco. Minha mãe, segundo a instituição, faleceu no parto e meu destino foi crescer na FEBEM/SP dos 0 aos 20 anos, deixando a instituição em 1990. Sou descendente de índios da Guarani Kaiwá, mas moro em São Paulo e contar aqui não caberia por ser longa a história. Desde então minha maior luta foi para me firmar na sociedade em busca da igualdade mínima de sobrevivência. Isso consegui com muito esforço, lutando contra os preconceitos surgidos ao longo da nova jornada na última década do século passado. Não foi fácil ser marmanjo e retomar os estudos básicos mesmo com o apoio da família que digo "praticamente me adotou" - porque só não foi feito de papel passado, dando amor, carinho, boa alientação e tudo que eu desejei na infância e não tive.Os anos noventa corri para recuperar o tempo perdido e nesta primeira década dediquei-me aos estudos acadêmicos muito bem sucedidos. Eu sempre digo que o trabalho dos governantes não deveria terminar com a maior idade do assistido porque entendo ocorrer um erro: nós vivemos num sistema "prisional" e de repente ganhamos uma selva, porém, não nos foi dado um preparo para lá viver. É com um animal selvagem que cresce em cativeiro e de repente dão a liberdade para ele. O que fará se não foi preparado para essa nova fase de sua vida? Ao ler a carta da doutora Maria Cristina de Souza Neto, vejo uma das razões pelas quais as crianças naufragam em sua jornada. Deve mesmo ser muito triste ver crianças num leito em qualquer situação. Eu também não tenho condições de adotar uma criança, mas deixo aqui escrito o quanto isso é importante porque quando não tinha mais esperança, deram-me uma chance de ouro e eu agarrei com unhas e dentes. Hoje sou jornalista, produtor e escritor profissional. Tenho um livro-reportagem chamado BRINCAR DE SER FELIZ finalista no PREMIO JABUTI/2008 e sua continuação chamada OS MENINOS DE DEUS já recebeu indicação ao PREMIO SESC DE LITERATURA (2009/2010) e está prontinho com prefácio a caminho, porém, sem editora. É assim, falando de minha vida, trazendo exemplos concretos de ex-internos, experiência com o Bullying, Violência Sexual, Drogas, Comportamento Homossexual, Homofóbico, Abuso de Poder, em eventos, palestras e congressos que contribuo para a melhoria na educação de crianças e adolescentes em abrigos.


Continue a leitura:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...