sexta-feira, 22 de maio de 2015

FELIZ ANIVERSÁRIO JÚLIA! - LIGADOS PELO CORAÇÃO

HOJE NOSSA FILHA JÚLIA ESTARÁ COMPLETANDO 14 ANOS, mas não a vemos desde 03/01/2011.
Entramos com segundo pedido de adoção da JÚLIA no dia 13 de abril de 2015, solicitando a guarda imediata e adoção. Muitos tentaram entrar em contato com ela, mas foram sistematicamente barrados no abrigo, em cumprimento a ordem da Vara da Infância responsável pela proteção dela. Ainda que a Portaria que impedia a entrada dos cidadãos nos abrigos tenha sido suspensa, em resposta a ações do MONACI, a prática prisional continua. Sequer o requerimento de visita apresentado há mais de trinta dias foi analisado. É o silêncio, a negativa pela omissão do Poder Judiciário.
Como não podemos entregar nosso afeto, cumular a Júlia com nossos beijos e abraços, muito menos fruímos da festa e dos presentes que a aguardam, GRITAMOS para que todos escutem:

JULIA nós amamos você. Confie no nosso amor. Tenha paciência. Não é possível que alguém acredite que esteja fazendo bem a você. Para quem entrou em abrigo com um mês de vida, e está completando 14 anos, merecia uma decisão imediata para remediar, ainda que tardiamente, o que não foi feito no prazo legal, moral e ético.    

LUTAREMOS POR VOCÊ ATÉ O FIM!

Mil beijos e saudades.

ARISTÉIA, LUCAS, ANDRÉ, MATEUS, DANIELE (que espera por você com ansiedade!), familiares e amigos.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Como se sentem as crianças abrigadas no dia das mães?


  
  Nesta semana especial de comemoração do Dia das Mães, nosso amigo e distinto colaborador, Dr. Elias Mattar Assad, lançou em sua página no Facebook uma pergunta bastante peculiar: "como se sentem as crianças abrigadas, no dia das mães?"
  Esta pergunta, com claras intenções de provocar a reflexão de seu interlocutor, toca no âmago da questão do abrigamento: o abandono afetivo.
  Não para menos, nossa distinta representante Aristéia Moraes Rau lançou uma resposta de como, ao seu ver, se sente uma criança abrigada. Abaixo o diálogo:


Elias Mattar Assad: "Os que têm mãe, ao menos doces lembranças da existência materna, a noção desta maravilhosa data de maio, é uma. E o dia das mães nos abrigos das crianças postas para adoção e, pior, dos inadotáveis como deve ser?Provoco a amiga e Colega Aristeia Moraes Rau a postar um comentário, como estudiosa e apaixonada pelo tema..."

Aristéia Moraes Rau: "Solidão, abandono, vazio existencial, falta de perspectivas de um futuro, emocional quanto material. Mas tudo isso não é percebido claramente pela criança/jovem inadotável. Ela tem muitas dificuldades em expressar seus sentimentos recalcados e desconsiderados por aqueles que deveriam velar pela rápida situação de seu abandono (Estado, Ministério Público e uma grande parte da sociedade que desconhece a situação dos abrigos no Brasil. As dificuldades enfrentadas pelos pretendentes à adoção, o esquecimento dos processos nas Varas da Infância). Os males do abrigamento são abordados pela Dra. Lidia Weber com a propriedade de sua autoridade (já postados no www.monaci.com.br). Retardo de desenvolvimento físico e psicológico, raiva, revolta, atitudes violentas e, a mais corriqueira, silêncio... No dia das mães as crianças abrigadas podem reviver a dor do abandono, da ausência daquele olhar afetivo que só uma mãe pode oferecer. Sem desconsiderar os homens, que muitas vezes são mães, uma criança pode viver sem um pai, mas crescerá com todas as dificuldades sem uma mãe. Já ouvi de todas as crianças que pude ter contato num abrigo: ME ADOTA! A experiência da nossa querida Maria Rita Teixeira (mãe de muitos corações) foi a mesma ao longo dos vinte anos da extinta APAV (Associação Paranaense Alegria de Viver). Os jovens que foram colocados em sociedade sem família são categóricos: é muito triste não ter família! Nossa luta, caro Dr. Elias, é impedir que o sofrimento moral das crianças abrigadas se eternize no abandono do Estado. TODA CRIANÇA ABRIGADA DESEJA UMA MÃE. Todo JOVEM abrigado SONHOU EM TER UMA MÃE. Nesse dia das mães sou feliz por estar com meus quatro filhos, mas vou lembrar com saudades das filhas que o Estado me negou. Vou sofrer ainda mais pela ausência da Julia, que ainda não está conosco (novo processo de adoção em andamento). O amor de mãe é a expressão sublime da frase do Pequeno Príncipe: “Todas as mães se tornam responsáveis por aquilo que cativam”. FELIZ DIA DAS MÃES a todas as mães, especialmente para todas as mães do coração, as mães corajosas de cada criança e jovem inadotáveis (porque o Estado não as coloca na fila de adoção)."

 Neste e em todos os Dias das Mães, além de agradecer pela companhia destes seres iluminados que nos trazem ao mundo e nos amam como nenhum outro, pensemos igualmente naqueles que não foram agraciados com o privilégio do convívio materno, nem tão pouco nos esqueçamos da basilar importância de provê-los, sempre que possível, com a importantíssima presença das mães do coração em suas vidas.

  Que os sentimentos do Dia das Mães façam florescer na consciência de nossos julgadores a importância e a prioridade que deve ser dada aos processos adotivos, ao desabrigamento célere e a destinação familiar das crianças abrigadas.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Ministério Público do Paraná exara parecer e rechaça a Portaria 01/2004 das Varas da Infância, Juventude e Adoção de Curitiba


 Nossos leitores já estão mais do que cientes da Portaria 01/2004 das Varas da Infância, Juventude e Adoções de Curitiba, da qual já falamos em outras três oportunidades (I, II e III). Sim, trata-se da enfadonha portaria das Digníssimas Varas da Infância e Juventude da capital paranaense a qual proibia, expressamente, que pretensos visitantes de instituições de abrigamento o fizessem sem antes declarar seu completo desinteresse em adotar.
 Foi diante de tal absurdo que, em meados de 2014, o Monaci e seus colaboradores, dentre eles o preclaro advogado Elias Mattar Assad, apresentaram pedido de providências ao Ministério Público do Estado do Paraná, para que, diante do teor da referida portaria, emitisse seu parecer e diligenciasse no que necessário fosse para trazer a questão à análise fulcrada na constitucionalidade e legalidade de suas disposições.
 De forma lúcida e precisa, o Ilmo. Sr. Procurador Murilo José Digiácomo não apenas pronunciou-se entendendo pela ilegalidade da Portaria, como apontou a afronta causada pela medida em face dos direitos das crianças e jovens abrigados.
  Por este motivo, agradecemos ao empenho do Ministério Público do Estado do Paraná na defesa dos interesses das crianças e jovens abrigados, bem como dos pretensos visitantes das instituições de abrigamento e pretensos adotantes.
  Agradecemos, também, aos ilustres colaboradores que permitiram a leva da questão ao escrutínio das autoridades fiscalizadoras, barrando a consecução da malfadada Portaria e encaminhando-o ao seu justo destino de extinção, conforme demonstram os andamentos até agora realizados.
  Confira na íntegra a manifestação do MP (clique na imagem para ampliar):

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