domingo, 26 de junho de 2011

MONACI APÓIA E PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA

A iniciativa do evento é do Vereador Pedro Paulo. Grupos de apoio , Conselhos Tutelares  e sociedade em geral, debatem a temática da adoção e convivência familiar, em comemoração ao 21º aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente, que será no próximo dia 13 de julho. "Felizmente, a adoção vem sendo discutida. A presidente Dilma mencionou, no período de sua campanha, que este seria um tema importante de seu governo, e esperamos muito, que ela, com sua sensibilidade para as causas sociais, dê realmente, prioridade a esse assunto", espera Aristéia Moraes Rau, fundadora do Monaci.
Além dessa mobilização, o Monaci está sendo representado junto a Frente Parlamentar Pela Adoção, na Câmara dos Deputados, em Brasília, através do Deputado Federal Dr. Rosinha.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Blog Adotar É...

Publicado no blog Adotar É...

Aristéia Rau – MONACI

Crédito/Foto: Igor Almeida

Aristéia e Alberto Rau estão há 25 anos casados e sempre pensaram em adotar. Vindo de famílias grandes, esse desejo era cada vez maior. Entre vários trabalhos voluntários que envolviam crianças órfãs, Aristéia e Alberto espontaneamente conhecem a Associação Curitibana de Órfãos da AIDS, eles se encantaram com as crianças, mas quatro lhe tocarão. Começou todo o processo para iniciar a adoção, agora era correr com a parte burocrática. Tudo resolvido e chegou o grande dia, foi uma festa! Bastaram quatro meses e alguma coisa deu errado, a Justiça tomou uma providência, que segundo a família Rau, sem fundamento, recolheu novamente as crianças para os abrigos onde antes moravam. Para chamar a atenção da sociedade e do próprio poder judiciário, está família criou o MONACI – Movimento Nacional das Crianças “Inadotáveis”.



Movimento Nacional das Crianças “Inadotáveis” - MONACI
“Por enquanto, somos um grupo de famílias de Curitiba/PR, que lutam pela adoção de crianças portadoras do HIV, ou não. Constatamos que as crianças com HIV permanecem nos abrigos até a idade adulta, sem que sejam devolvidas as suas famílias, quando possível, ou colocadas em família substituta, o que significa a adoção delas. No entanto,ainda que apareçam pessoas que as queiram adotar, isso não é possível, porque não estão desvinculadas das famílias de origem. Vivem com tudo, às vezes, mas no fundo não têm nada. Quem pode ser feliz sem uma família? Por que o Poder Judiciário não as prepara, quando cabível, para adoção? Precisamos da discussão do tema e a participação da sociedade, das pessoas que acreditam na vida e no valor de fazer o bem”.

Crédito/Foto:Letícia Gabriele

Frases de Aristéia Rau:
“Todos nós somos atores sociais”
“Eu sou conhecida em Curitiba como a ‘louca’. Porque quero adotar crianças portadoras de HIV”
“Os repórteres se negam a darem os verdadeiros motivos da Justiça não dar a guarda dos nossos filhos”

CARTA DE APOIO AO MONACI



A ação social proposta pelo MONACI é a expressão mais viva da sociedade civil que questiona, busca respostas e cobra atitudes do Poder Judiciário paranaense pela materialização do direito à convivência familiar e comunitária de crianças soropositivas.
Crianças que nascem vítimas da conduta omissa da própria família, da sociedade e do poder público. São reféns de um sistema falido, da demagogia e do descaso com a vida e dignidade humana.
As perguntas são muitas: por que elas crescem nos abrigos, por que elas são prontamente excluídas do convívio social e familiar, por que não tem o direito de figurarem no Cadastro Nacional de Adoção, por que não são ajuizadas ações de destituição do poder familiar, mesmo tendo institucionalizadas bebês, por que são obrigadas a lutar sozinha pela sua sobrevivência?
As respostas, ainda esperamos, como elas tem esperado a vida toda.
O MONACI teve que gritar aos quatro cantos, à mídia e não encontrou apoio sequer no grupo de apoio à adoção de sua cidade, um dos pioneiros do Brasil. Teve seu pedido de socorro calado na garganta ao não conseguir se expressar no palco do Encontro Nacional de Apoio à Adoção – ENAPA 2011, sediado em Curitiba. Mas, mesmo timidamente, seu protesto conquistou seguidores e constrangeu outros.
Os entraves, as traições e o descaso são evidentes, mas a luta continua. A representação contra a 2ª VIJ/TJPR está sendo analisada pela Corregedoria e pelo Conselho Nacional de Justiça e aguardamos boas e justas notícias.
Seu grito ultrapassa as fronteiras brasileiras, tendo chegado à Europa, Estados Unidos e Oriente, alcançando mais de 30 mil acessos em apenas dois meses de existência do blog WWW.monaci.com.br
Comprometimento, coragem e determinação, são as palavras que definem o Monaci.
O MONACI cativou o envolvimento de muitas instituições de renome e personalidades comprometidas com os direitos humanos, artistas e formadores de opinião.
Acesse, conheça nosso movimento e junte-se à luta.

Aristéia, Alberto e MONACI,
contem com meu apoio incondicional, meus dedos nervosos, minha língua ferina e meu braço trabalhador.
Toda criança tem o direito de ser chamada de filho.
Fabiana Gadelha, mãe do Miguel e da Valentina, advogada, gestora de projetos sociais, Diretora Jurídica do Projeto Aconchego (Brasília), Diretora Executiva do Instituto Apice em Saúde - Apice Down (Brasília) e Vice-Presidente do DFDOWN.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pais do coração ligados pelo DNA da alma



O ENAPA reuniu cerca de 700 interessados em questões concernentes a adoção de criança e adolescentes
Celina Soares


Os fundadores do Monaci, Alberto e Aristéia Rau, participaram
do ENAPA
No dia 25 de maio é comemorado o dia nacional da adoção no Brasil. Há dezesseis anos diversos grupos reúnem-se nessa época para pleitear melhorias e trocar experiências sobre a adoção de crianças e adolescentes no Encontro Nacional de Apoio à Adoção(ENAPA). Neste ano, o evento foi sediado em Curitiba - PR nos dias 2,3 e 4 de maio com a temática central: “Adoções e suas histórias”.
O público do ENAPA foi composto por juízes da vara da infância e juventude; mães,pais e familiares de filhos adotivos; pessoas da sociedade civil ;voluntários entre outros. Segundo a Associação dos Magistrados do Paraná (AMAPAR), um dos responsáveis pela organização do ENAPA, o evento recebeu cerca de 700 inscrições de diversos estados brasileiros.
O promotor de justiça Sávio Bittencourt , fundador do
Quintal da casa de Ana, ex-presidente da ANGAAD (Associação Nacional dos grupos de apoio à adoção) abriu a primeira das vinte e seis palestras do com o mote: “História da criança: do nascimento até a conquista da família”. Bittencourt reside no estado do Rio de Janeiro, é pai adotivo e enfatiza que as crianças abrigadas vivem em uma cultura baseada no medo: medo de mudança e medo de que as coisas também não mudem.
O promotor destacou sobre a importância da reintegração familiar considerando que a adoção não é a última possibilidade; criticou a adoção de crianças idealizadas pelos futuros pais (estipulam características físicas e a idade) e defendeu a necessidade da diminuição do tempo de permanência delas em abrigos que, segundo a nova lei de adoção (sancionada pelo ex-presidente Lula em 03 de agosto de 2009) é de 2 anos.
Sávio adverte que o judiciário precisa conhecer o que é essa situação de perto, aprender sobre empatia e realmente se colocar no lugar dessas crianças “ Vamos fazer uma campanha : abrigue o seu filho por um dia ou fique em um abrigo por seis meses”, declara o promotor.
Em 2005, o fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) divulgou que o Brasil ocupava a nona posição entre os países com o maior número de órfãos do mundo, uma estimativa de 3,7 milhões.
O presidente da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional de Alagoas (CEJAI- AL) Ivan Vasconcelos Brito Júnior afirma que os juízes da infância devem julgar os casos, com mais sensibilidade do que normalmente utilizariam em outros juizados, lembrando sempre do melhor interesse da criança e do adolescente. “Teve um caso de um adotando de 12 anos que preferiu continuar no abrigo, ele já havia passado o período de estágio de 30 dias com o casal francês de adotantes e no último momento decidiu não ir”, exemplifica Vasconcelos.
A presidente da ANGAAD Maria Bárbara Toledo ministrou palestra sobre A Influência dos ENAPAs na Justiça e na sociedade. Bárbara conta que está compromissada com a divulgação da nova cultura da adoção, pois pretende despertar os corações da sociedade e poderes constituídos brasileiros (executivo, legislativo e judiciário).
“ Por que não falar de adoção¿¿ Precisamos ter orgulho da nossa história, são histórias de amor, de submissão, histórias de amor incondicional de mães e pais do coração”.
A empresária Clarisse Galvão Palma Coelho e o esposo César Nogueira Coelho são pais da adolescente Helena Galvão Palma Coelho. Clarisse concorda que as famílias precisam ter orgulho de suas histórias e passar isso para os filhos, “ É um crime não contar para a criança a história dela.Nós somos frutos do que vivemos seja algo bom ou ruim, certo ou errado. Quando Helena era pequena, ela chorava e pedia para que eu dissesse que ela havia saído da minha barriga e eu lhe respondia que a mãe dela a carregou na barriga por 9 meses,mas, eu seria mãe dela pela vida inteira e por toda minha existência”, disse a empresária.
 Clarisse e sua filha Helena
Segundo o magistrado Ivan Vasconcelos a vergonha de possuir filhos adotivos ou ser adotado, no Brasil, ainda é um reflexo arrastado da época dos coronéis. Os coronéis apadrinhavam os próprios filhos bastardos (fora do casamento) e as mães guardavam o segredo da identidade biológica paterna.
Para a juíza Maria Isabel de Matos Rocha do Mato Grosso do Sul a adoção deve ser realizada apenas pelo afeto, deixando de lado a bandeira do altruísmo e outros interesses tais como: a solidão ou a esperança de salvar um casamento. Durante a exposição sobre Histórias de adoções mal sucedidas (devoluções) a juíza citou um trecho do livro Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” e compartilhou de situações que, os candidatos a adotantes não lembravam nem mesmo do nome do adotando.
Rocha apontou a carência de políticas públicas efetivas que tratem das questões familiares com um todo, tais como: planejamento familiar, ações educativas voltadas para os responsáveis que possuam vínculos biológicos com as crianças e adolescentes visando consolidar a reintegração familiar.
O juiz da Vara da Infância e Juventude de Cascavel – PR Sérgio Luiz Kreuz discursou sobre Histórias da adoção ilegal ou clandestina e sua regularização. O juiz mencionou os dois tipos de adoção existente do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a bilateral (pais sedem direito ao casal) e unilateral (formulada pelos parentes ou responsáveis que possuem a tutela da criança).
Kreuz considerou primordial o apoio e o acolhimento das mães que decidem entregar voluntariamente os seus filhos para adoção, sem serem excluídas ou julgadas moralmente pela sociedade. “Desde a gestação muitas já não querem a criança o que resulta em bebês jogados em lixões. A entrega voluntária é um ato de amor, se a mãe sente que não tem condições ou tem outras prioridades, que entregue para outra família”, relata o juiz.
A entrega voluntária deve ser feita sem má fé, subtração ou promessa de pagamento, explica o juiz, “Já conheci casos que a mãe vendeu o filho que ainda estava na barriga e se arrependeu, depois de entregá-lo para o casal. Com a nova lei de adoção a criança saberá que foi comprada e que a vara da infância e juventude jamais compactou com essa situação por que no futuro o prejuízo é da criança que poderá sofrer chantagens da mãe biológica e viverá insegura e atemorizada”.
Luiz Eduardo Barcellos de Abreu ou Lula como é conhecido, integra a coordenadoria do Grupo de Apoio Rosa da Adoção do Rio de Janeiro. Ele é casado com Viviane Giorno Barcellos de Abreu e pai adotivo de Luana e Luiz Vitor.
Lula veio de uma família numerosa e sempre sonhou com a paternidade, porém descobriu que ele e sua esposa eram estéreis. A ideia da adoção já existia, mas, a notícia fortaleceu o desejo levando-o a comentar sobre esse sonho com todos que o conheciam, até que no dia 02 de janeiro de 2002 recebeu uma ligação da Bahia de sua boadrasta ( como ele a denomina) Salete Eugênia de Souza contando que uma das vizinhas havia encontrado um bebê na porta de casa.
Luiz disse que por ele pegaria um vôo imediatamente do Rio de Janeiro para Bahia, mas, não foi possível devido a um temporal. No dia 03 de janeiro, lá estava ele e Viviane na Bahia com filmadora e câmera fotográfica.
A criança foi deixada na porta da casa de uma diretora que também não possuía condições para acolher a menina. Lula relata “A mãe deixou uma carta contendo informações sobre o dia que a Luana nasceu e os motivos os quais ela a deixou. Eu e minha esposa levamos minha filha no pediatra, contratamos um advogado para realizar o pedido de adoção no juizado, passamos pela avaliação da assistente social e em setembro de 2002 fomos habilitados”.
Em maio de 2003, o casal Barcellos resolveu adotar mais uma criança, o Luiz Vitor. O garoto estava com tuberculose, escabiose, sífilis e suspeita de ser soropositivo, mas, nada disso diminuiu o interesse dos adotantes. “ O amor tudo cura, pois a família tem o DNA da Alma”, declara o papai feliz demonstrando (em seguida) um sms que a filha Luana enviou no celular dele, dizendo que está com saudades.
As histórias dos personagens mudam, as cidades e os países,mas, a matéria bruta é a mesma o “amor”, amor incondicional que os estimulam pessoas estreitarem laços afetivos e consolidá-los por meio da adoção. Histórias de pessoas que não se importam com o sexo, idade ou raça dos adotandos, almejam com todo o vigor de sua essência ter uma família, pois, sonham acordadas e até mesmo dormindo com os abraços de suas crianças.

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