terça-feira, 27 de novembro de 2012

NA SEMANA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS, AÇÃO MOSTRA REALIDADE DAS CRIANÇAS COM HIV ABANDONADAS

Manifestação realizada pelo Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (MONACI) busca orientar adotantes e conscientizar a população para a realidade das crianças abrigadas
Na semana em que o Brasil comemora o Dia Mundial do Combate à AIDS (01.12), o Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (MONACI) lança um protesto contra a situação das crianças e dos adolescentes abandonados em Curitiba – e em especial aos abrigados soropositivos. Uma manifestação será realizada na Boca Maldita, às 15h desta terça-feira (27).
O Paraná é o segundo estado com mais pretendentes para adoção no Brasil, de acordo com o Cadastro de Adoções do Conselho Nacional de Justiça, de 2011. Só em Curitiba são 600 casais inscritos no cadastro de adoção para 153 crianças registradas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA).  Em protesto a situação das crianças e dos adolescentes abandonados em Curitiba - e em especial aos abrigados soropositivos.
Na manifestação, a presidente do Monaci, Aristéia Rau, irá explicar para a população porque os números são maiores que os apresentados na pesquisa. De acordo com Aristéia, muitos abrigados que possuem o vírus do HIV, ou são negros ou estão na adolescência não são inscritos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Esses jovens são classificados como “inadotáveis”.
Por meio de banners espalhados pela Boca Maldita e folders que serão entregues à população, o MONACI irá alertar sobre a situação dos “inadotáveis” e apresentar o trabalho do movimento em prol dessa minoria. O objetivo é orientar pais que querem adotar e mostrar uma realidade além das pesquisas divulgadas, conscientizando a população para o drama enfrentado por milhares de crianças diariamente.
MONACI
O Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis (MONACI) luta pelos direitos dos jovens abrigados no Brasil. O MONACI realiza encontros, reuniões e audiências com autoridades da Justiça para que os menores abandonados possam viver em uma família.
A ação mais recente do movimento foi em agosto, quando Aristéia Rau enviou um questionário ao Tribunal de Justiça (TJ), por meio da lei de Acesso à Informação. O TJ ainda não respondeu os questionamentos sobre a situação atual das crianças abrigadas em Curitiba.
Manifestação pelas crianças “inadotáveis
Data: terça-feira (27.11)
Local: Boca Maldita
Endereço: Avenida Luiz Xavier, s/nº - Centro – Curitiba
Horário: 15h às 18h30
Contato: presidente do Monaci, Aristéia Rau
Celular: 9235-6437




terça-feira, 20 de novembro de 2012

Família comemora a chegada das certidões de nascimento de dois novos filhos


As certidões de Nascimento dos irmãos, Mateus, 15, e Daniele, 11 -  os mais recentes filhos do casal Aristéia e Alberto Rau, chegaram no dia 09 de novembro e foram comemorados com festa no último domingo (11). Eles foram adotados pela família e hoje se juntam aos dois irmãos Lucas (19) e André (14), filhos biológicos do casal.

A família comemora a realização de um sonho. Dar oportunidade a crianças que sem o apoio social, nem público, enfrentariam barreiras intransponíveis para o seu desenvolvimento. "Tentamos antes, adotar outras crianças. Elas são portadoras de HIV,acredito que por isso, não são vistas como prioridade. Os trâmites para adoção, a documentação destas crianças não ficam prontas e elas não entram na fila de adoção", conta Aristéia, que após não obter resposta do judiciário local, atendeu um chamado do judiciário do Rio de Janeiro, para adotar o casal de irmãos.

A dificuldade com a primeira tentativa, através da qual o casal conheceu a realidade das crianças abrigadas, no Brasil, resultou na criação do Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis -Monaci. "Ficamos muito sensibilizados com o descaso da justiça, especialmente para com as crianças portadoras de HIV/Aids. Estamos lutando, por meio de mecanismos legais e apoios políticos e da sociedade, para ajudar na superação desse problema que é sim de todos nós", afirma Alberto Rau.

"Estou feliz, aprendendo a viver de um jeito melhor e com a minha família nova", declara Mateus. Já Daniele, mais tímida, diz que está aprendendo muito, que já tem amigas em Curitiba, gosta da escola e que sua família é tudo para ela.

De acordo com Aristéia, a mobilização que a família Rau ainda faz, mostrando o entrosamento familiar, assim como convidando a imprensa e não tendo receio de contar sua história, tem o propósito de desmistificar a questão da adoção. "Deixo claro que abrimos nossa casa e intimidade com o objetivo de dizer que a adoção é um gesto maravilhoso, sem qualquer desejo de promoção pessoal ou qualquer coisa semelhante. Nosso objetivo é de mostrar que as adoções precisam sair com mais rapidez, atendendo o interesse da criança ou jovem. Que dá trabalho sim, pois não se faz nada importante, sem desafios. Mas que vale a pena, e que com amor tudo se ajusta na família".

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

MONACI convida

Com o objetivo de comemorar a filiação definitiva de seus dois novos filhos, Mateus (15) e Daniele (11), que se juntam aos seus dois filhos biológicos, Lucas (19) e André (14), o casal Moraes Rau (Alberto e Aristéia), fundadores do Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis – Monaci, convidam jornalistas e pessoas engajadas na causa da adoção, para uma confraternização em sua residência.
A Família comemora o recebimento das certidões de nascimento dos dois novos filhos, após um período de muita luta pela celeridade nos processos de adoção, no Brasil, por meio da criação do Blog www.monaci.com.br, mobilizações e reportagens na imprensa, relatando e denunciando, inclusive a situação das crianças portadora de HIV/AIDS, que abrigadas em dois locais específicos, em Curitiba, não vinham tendo seus processos de destituição familiar atendidos, culminando em casos que atingiram a maior idade, sem solução.
O Blog possibilitou o acesso de outras famílias de todo o Brasil que também vinham enfrentando a mesma dificuldade em adotar crianças, cujo trâmite da documentação de destituição permanecia estagnado junto aos órgãos do poder judiciário.
Nossa luta vem ajudando a acelerar alguns processos de adoção. Hoje já colhemos alguns frutos, ao sabermos que algumas adoções foram concretizadas e também algumas mudanças no sistema começam a acontecer. É claro que outros movimentos também são permanentes, importantes e precisamos nos somar e nos fortalecer, principalmente, para solucionarmos os problemas de adoção, que são mais acentuados ainda, para os portadores de HIV”, ressalta Aristéia.
Serviço:Encontro comemorativo na casa da família Rau
Data: domingo, 11/11/2012
Horário: 16h
Local: Residência da família Rau – Rua José Brenny, 115 – Bairro Pilarzinho – Curitiba
Contato: (41) 9186 5764/ 9235 6437

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Casal 'velho' recorre à Justiça após ter pedido de adoção negado


NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO



"Disseram que estaríamos velhos demais para cuidar de uma criança." É assim que S., 50, descreve a justificativa que ele e a mulher, M., 49, receberam quando tentaram, há três anos, entrar no cadastro de pretendentes à adoção.


Considerado "velho" na época, o casal, que não quer se identificar, recorreu e conseguiu na Justiça o direito de entrar na fila para esperar a futura filha --ele e M. querem uma menina de até dois anos.



A decisão foi tomada pela Justiça de SC este mês. Antes, o pedido havia sido negado pelo juiz da comarca local e pelo Ministério Público, apesar da decisão favorável nos testes aplicados por psicólogos e assistentes sociais. A única justificativa: a idade do casal.
Para a Promotoria, havia uma "diferença considerável" entre o casal e a criança pretendida. 

"Assim, quando esta atingir a adolescência, aqueles já estariam na terceira idade", disse o parecer.

S., que também é filho adotivo, rebate. "Nunca me passou pela cabeça que fosse tarde demais. Para mim, a idade não muda nada. Eu trabalho, tenho saúde", afirma.
O casal teve três filhos, mas eles morreram devido a uma doença genética. M. conta que tinha pensado em adotar antes, mas adiou os planos para se dedicar aos filhos até o fim.
Ela diz que a negativa os surpreendeu. "Pensei que poderia adotar com qualquer idade", conta M. "Graças a Deus, agora foi aprovado. Vou esperar o tempo que for."

PAIS DEPOIS DOS 40

Para Mery-Ann Furtado e Silva, secretária-executiva da Comissão Estadual Judiciária da Adoção de SC, o caso de S. e M. foi "atípico". Ela lembra que, hoje, a lei estabelece diferença mínima de 16 anos entre pretendente e adotado, mas não há limite máximo.

O casal catarinense tem o perfil da maioria dos interessados em adotar. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, que reúne dados sobre adoção no país, seis em cada dez pretendentes à adoção têm acima de 40 anos.

Hoje, há 28.151 interessados em adotar, número cinco vezes maior que o de crianças disponíveis (5.281).

A preferência dos pais em relação à idade das crianças é considerado o maior entrave no processo. Ao todo, 93% dos interessados, como S. e M., querem crianças com menos de cinco anos. Mas só 9% das crianças têm essa idade.

"Esse é o descompasso da fila. [A maioria] das crianças que está nos abrigos ninguém quer", diz o juiz Reinaldo Cintra, da coordenadoria de infância do TJ-SP.

Para Cintra, mais do que a vontade dos pretendentes, é preciso verificar se o pedido vai atender às necessidades da criança a ser adotada.

"O que existe é uma preocupação de que a adoção seja o mais próximo possível de uma situação natural. Se uma pessoa de idade elevada quer uma criança pequena, corre-se o risco de ter uma orfandade muito cedo", pondera.


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