As certidões de Nascimento dos irmãos, Mateus, 15, e
Daniele, 11 - os mais recentes filhos do
casal Aristéia e Alberto Rau, chegaram no dia 09 de novembro e foram
comemorados com festa no último domingo (11). Eles foram adotados pela família
e hoje se juntam aos dois irmãos Lucas (19) e André (14), filhos biológicos do
casal.
A família comemora a realização de um sonho. Dar
oportunidade a crianças que sem o apoio social, nem público, enfrentariam
barreiras intransponíveis para o seu desenvolvimento. "Tentamos antes,
adotar outras crianças. Elas são portadoras de HIV,acredito que por isso, não são
vistas como prioridade. Os trâmites para adoção, a documentação destas crianças
não ficam prontas e elas não entram na fila de adoção", conta Aristéia,
que após não obter resposta do judiciário local, atendeu um chamado do
judiciário do Rio de Janeiro, para adotar o casal de irmãos.
A dificuldade com a primeira tentativa, através da qual o
casal conheceu a realidade das crianças abrigadas, no Brasil, resultou na
criação do Movimento Nacional das Crianças Inadotáveis -Monaci. "Ficamos
muito sensibilizados com o descaso da justiça, especialmente para com as
crianças portadoras de HIV/Aids. Estamos lutando, por meio de mecanismos legais
e apoios políticos e da sociedade, para ajudar na superação desse problema que
é sim de todos nós", afirma Alberto Rau.
"Estou feliz, aprendendo a viver de um jeito melhor e
com a minha família nova", declara Mateus. Já Daniele, mais tímida, diz
que está aprendendo muito, que já tem amigas em Curitiba, gosta da escola e que
sua família é tudo para ela.
De acordo com Aristéia, a mobilização que a família Rau
ainda faz, mostrando o entrosamento familiar, assim como convidando a imprensa
e não tendo receio de contar sua história, tem o propósito de desmistificar a
questão da adoção. "Deixo claro que abrimos nossa casa e intimidade com o
objetivo de dizer que a adoção é um gesto maravilhoso, sem qualquer desejo de
promoção pessoal ou qualquer coisa semelhante. Nosso objetivo é de mostrar que
as adoções precisam sair com mais rapidez, atendendo o interesse da criança ou
jovem. Que dá trabalho sim, pois não se faz nada importante, sem desafios. Mas
que vale a pena, e que com amor tudo se ajusta na família".
Nenhum comentário:
Postar um comentário