terça-feira, 9 de outubro de 2012
Projeto de fotografia sobre órfãos soropositivos de Curitiba é tema de exposição fotográfica em Londres
A fotógrafa curitibana Michele Zambon participou entre os dias 11 e 15 de setembro da exposição Here and There que marca o encerramento do curso de mestrado em fotojornalismo da Universidade de Westminster em Londres. A mostra aconteceu na galeria Ambika P3 localizada dentro do campus da universidade em Baker Street e reuniu trabalhos de 13 alunos que exploraram temas diversos e revelaram o simples e o extraordinário que se pode encontrar em histórias íntimas de parentes próximos ou em causas socias significativas de diferentes países como Russia, Belarus, Cyprus, Yemen, Arábia Saudita, Armenia e Brasil.
Michele apresentou 10 fotografias que fazem parte do projeto Invisible Horizon (Horizonte Invisível), um ensaio documental baseado na vida de 15 meninos e meninas que vivem, a maioria desde recém-nascidos, em um orfanato para crianças afetadas pelo HIV/AIDS em Curitiba.
Para a maioria desses garotos a infância já passou, eles são adolescentes que estão entrando na vida adulta sem nunca terem pertencido a uma família. A razão primordial pela qual eles ainda vivem em uma instituição de apoio sobre a tutela do estado é que seus processos legais não andam ou não existem dentro do sistema judiciário brasileiro e seus nomes nunca foram inclusos nos registros de adoções, tão pouco no atual Cadastro Nacional de Adoção. Essa situação mostra a precariedade de políticas sociais e a falha do poder publico em respeito a prioridade dos direitos da criança e do adolescente.
Esses jovens têm uma condição especial, não a condição de serem soro-positivos, mas a condição de serem invisíveis para a sociedade. É por este motivo que nestas fotografias eu não posso mostrar os seus rostos. Sobre eles existe um horizonte invisível que, camuflado pela desculpa de proteção, os segrega e os priva de seus direitos. Nestas fotografias, pretendo mostrar com fragmentos extraídos de seus quotidiano dentro da instituição, o quadro maior que se esconde por traz destas imagens; a face do preconceito e da injustiça.
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