quinta-feira, 19 de março de 2015

O ABANDONO E SUAS MARCAS NA FISIOLOGIA INFANTIL

 Reafirmou-se, como era de se esperar, que os danos causados pela falta de cuidados na infância traz efeitos e máculas indeléveis no cérebro das crianças. O fato não é novo, mas a sua constante repetição, respaldada pela rigorosidade dos estudos científicos conduzidos por respeitados profissionais e especialistas nas mais diversas áreas da ciência, apenas assevera que este assunto não pode ser ignorado, como se faz de maneira contumaz em nosso país.
 É o que diz a pesquisa publicada nesta edição da revista Istoé 2360, da segunda quinzena do mês de fevereiro de 2015. Aclamada como "novidade", esta situação já não é nova para quem milita na causa das crianças e jovens que sobrevivem heroicamente nos abrigos. É o que nos mostra o estudo conduzido pela renomada psicóloga Dra. Lídia Weber, em seu artigo já por nos publicado em outra oportunidade, em que os danos causados pela instituição do abrigamento prolongado são abordados com considerável profundidade.
  Por este motivo, comentaremos com nossos leitores a referida reportagem da publicação Istoé, com os respectivos apontamentos.

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As marcas deixadas no cérebro pela falta de cuidados na infância

Pesquisas revelam os prejuízos ao desenvolvimento causados pela negligência sofrida por crianças de zero a seis anos

Cilene Pereira e Mônica Tarantino
Um campo recente de investigação científica está revelando com clareza as marcas deixadas no cérebro por causa da falta de cuidados com as crianças durante seus seis primeiros anos de vida – período batizado de primeira infância. São prejuízos que comprometem a capacidade de aprendizado, de memória e de formação de vínculos afetivos na vida adulta e que também predispõem ao surgimento de doenças como a depressão, a ansiedade e a comportamentos violentos. Por ausência de cuidados entende-se desde a negligência para com ações que asseguram conforto físico à criança, como alimentá-la e vesti-la de acordo suas necessidades, até para com aquelas que lhe garantem segurança emocional. Entre elas estão atos simples como um toque carinhoso e o acolhimento em momentos de medo ou de dor.
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O mais recente trabalho a demonstrar esse impacto foi divulgado pela equipe comandada por Johanna Bick, do Boston Children’s Hospital (EUA). Os cientistas selecionaram 136 crianças com idade de dois anos e que haviam passado pelo menos um ano em instituições de amparo. Elas foram avaliadas até os 12 anos e seu desenvolvimento cerebral comparado ao de crianças criadas por suas famílias. Aquelas que haviam sido abandonadas apresentavam alterações importantes em partes da substância branca (formada pelas extensões dos neurônios) localizadas, por exemplo, em áreas envolvidas no processamento das emoções. “Essas marcas terão impacto na capacidade futura de raciocínio e de regular as emoções, entre outras funções”, disse à ISTOÉ a pesquisadora Johanna.

 SERÁ QUE AS AUTORIDADES PÚBLICAS VÃO TOMAR CONHECIMENTO DESTE ESTUDO E MODIFICAR A FORMA DE TRATAMENTO DAS CRIANÇAS ABRIGADAS?

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