tag:blogger.com,1999:blog-3856777770861955474.post344281313510942518..comments2022-12-10T08:05:49.763-03:00Comments on Movimento Nacional das Crianças "Inadotáveis": Audiência defende direito à convivência familiarMONACIhttp://www.blogger.com/profile/05269209735359577078noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-3856777770861955474.post-36851735852787159282011-07-04T21:44:27.937-03:002011-07-04T21:44:27.937-03:00Caras e caros da Adoção
Eu imagino o que vocês de...Caras e caros da Adoção<br /><br />Eu imagino o que vocês devem ver e ouvir por aí. Eu aqui no meu canto de pesquisadora também me deparo - constante e sistematicamente - com relatos impressionantes. Ando cansada dessa nova história de que existem "somente" 4416 crianças para adoção no país e mais de 20 mil pretendentes. Onde estão as 80 mil crianças citadas pela pesquisa oficial do IPEA em 2008 (e que pesquisou somente em Abrigos que recebiam fundos federais!)? Em menos de 3 anos elas desapareceram? Ou foram novamente colocadas em outro limbo, o "caixa-dois" do abrigamento. Somente aquelas crianças cujos pais foram destituídos do Poder Familiar é que entram no cadastro (não alimentado pela maioria absoluta dos Juizados do país, segundo relatos oficiais) e já cansei de ouvir que a maioria dos operadores da adoção não faz a destituição de milhares porque não "tem perfil"..., embora muitos tenham um lindo discurso público.... Visitei um abrigo recent emente que, das 24 criancas e adolescentes, apenas 2 estavam no cadastro; das outras, muitas adolescentes não tinham sequer processo! Cada abrigo que tenho visitado ou ouvido dados, tem cerca de 5 a 10% de crianças "disponíveis para adocão". O mesmo percentual de 20 anos quando fizemos a pesquisa que gerou o livro "Filhos da Solidão". Mas, antes se falavam de todas as crianças, agora fica esse discurso irritante de que existem apenas 4 mil e os adotantes é que são muito exigentes, só querem crianças brancas etc. e tal. E canso de ouvir relatos de pretendentes à adoção que querem adotar crianças especiais, crianças maiores, crianças com HIV e ficam esperando tanto e com tantas dificuldades: "não pode visitar abrigos", "não pode adotar quando perdeu um filho", "não pode adotar crianças menores de 12 anos se for homossexual", "não pode trabalhar em um abrigo e querer adotar", "não pode adotar criança especial porque deve querer alguma coisa com isso", " não pode...". E as crianças continuam esperando... e envelhecendo nos abrigos. Quando ficam bemmm grandes, algumas entram para o cadastro e novamente são os adotantes tachados de exigentes.... Parece aquela frase de Tomasi di Lampedusa: tudo deve mudar para que tudo fique como está. Relatos deste feito pela Camila são de tirar o fôlego de raiva. Quando é que vamos de fato fazer alguma coisa para mudar essa situação? Quem sabe seguir a sugestão do Dr. Sávio e fazer com que os operadores da adoção (muitos deles) passem a<br />lgum tempo em abrigos....<br /><br />abraço no frio curitibano<br /><br />Lidia Weber<br /><br />Lidia Natalia Dobrianskyj Weber - Professora titular do Departamento de Psicologia da UFPR desde 1982, atuando como Professora da Graduação e da Pós-Graduação. É especialista em Antropologia Filosófica e em Origens Filosóficas e Científicas da Psicologia pela Universidade Federal do Paraná,além de Mestre e Doutora em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo. Iniciou seus estudos e pesquisas a respeito do Abandono, Institucionalização e Adoção em 1989, tendo publicado os seguintes livros: Filhos da Solidão: Institucionalização, Abandono e Adoção; Aspectos Psicológicos da Adoção, Laços de Ternura: Pesquisas e histórias de adoção, entre outros títulos. Coordena, ainda, o Laboratório do Comportamento Humano da UFPR e o Projeto Criança: Desenvolvimento, Educação e Cidadania.MONACIhttps://www.blogger.com/profile/05269209735359577078noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3856777770861955474.post-33359590108904466482011-07-04T21:35:48.332-03:002011-07-04T21:35:48.332-03:00Cara Camila! Sinto-me inteiramente solidária à tua...Cara Camila! Sinto-me inteiramente solidária à tua indignação e lamento constatar que esse quadro descrito por ti não é exclusivo de sua Comarca! As audiências de que tenho conhecimento se não chegam ao horror que você nos relata, são marcadas pelo mesmo desinteresse às histórias de vida que, supostamente, deveriam receber essa escuta tão privilegiada!<br />Um abraço<br />DirceMONACIhttps://www.blogger.com/profile/05269209735359577078noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3856777770861955474.post-19776070232138485782011-07-04T21:35:22.622-03:002011-07-04T21:35:22.622-03:00Caros colegas desta rede, gostaria de fazer nesta ...Caros colegas desta rede, gostaria de fazer nesta oportunidade um desabafo a todos que militam por um atendimento digno a crianças e adolescentes em situação de acolhimento e seus familiares.<br />Sou coordenadora de um abrigo do interior de São Paulo e nesta ultima terça-feira fui convidada para participar como representante da Secretária da Criança de um outro Município, o qual trabalho como psicóloga, da audiência concentrada e me deparei, com todo respeito aos leitores, com um "lixo de audiência", em que o Meritíssimo Juiz, chama as 16 ou 18 crianças e adolescentes todos de uma unica vez, diz que todos que estão ali, estão para tentar com que eles tenham a possibilidade de voltar pra as suas famílias, como já aconteceu com muitos dos outros coleguinhas e que então todos os acolhidos (depois de esperarem uma hora e meia, pois a audiência começou atrasada e ouvir dois minutos de fala do JUIZ) podem ir, para não ouvir certas coisas que seriam ditas aos seus pais, sendo assim, todas as crianças foram embora.<br /><br />Após a dispensa destas crianças, começa-se então a audiência com cada família. Depois de algum tempo, o Meritíssimo JUIZ diz mais ou menos assim: para a próxima audiência não quero que me tragam casos, como estes, que não tem nada pra se fazer, casos de crianças e adolescentes que não tem possibilidade pra voltar para a família e nem chances de adoção, isso é perder nosso tempo aqui e mesmo quando eu (que aqui desabafo), questiono este mesmo Juiz dizendo da proposta real do PIA e das audiências, que não é apenas para desacolher ou destituir do Poder Familiar, mas sim, pensar cada criança em sua individualidade, o trabalho que está sendo desenvolvido pela equipe do abrigo e as necessidades não só familiar, enfim, o mesmo retoma seu discurso dizendo que isso pode ficar apenas no papel, em forma de relatórios e reafirma, na próxima audiência só quero que esteja pre sentes os casos que tem solução.<br /><br />Mas não pense que parou por aí, neste mesmo dia houve separação de grupos de irmãos (friso - filhos dos mesmos genitores), sendo que dois foram para a guarda de tios e apenas uma garotinha ficou sozinha no abrigo. Por volta das 18:30 horas, foi comentado de um caso especifico de um grupo de irmãos que já estão há muito tempo no abrigo e que os pais desde das 14:00horas aguardava ser chamado, o mesmo Meritíssimo diz, para encerrar a noite, bom acho que não devemos perder mais tempo, podem dispensa-los porque esse caso não tem solução, estão assim, antes mesmo de eu assumir esta comarca.<br /><br /><br />Como batalhadora por um espaço de acolhimento digno e humanizado, chorei sozinha as atrocidades que ouvi e me desabafo com vocês caros colegas, pois fico a imaginar em quantas comarcas isto está acontecendo desta forma? Em quantas comarcadas as audiências só tem servido a isto e não a uma avaliação da qualidade do atendimento prestado? Quando nossas crianças serão ouvidas de fato? Quando suas histórias serão pensadas com carinho e respeito? Quando essas famílias receberão o apoio digno que merecem? QUANDO??????????????<br /><br />Me ponho de pé, pois a muito oque se fazer...<br /><br />Grande abraço aos que puderam ler um pouco da minha angustia, o meu desabafo...<br /><br />Camila MinatelMONACIhttps://www.blogger.com/profile/05269209735359577078noreply@blogger.com